Sobre o desejo da mulher

O desejo feminino é algo muito controverso e desconcertante.

Muita confusão reina a respeito. Estas se devem, principalmente, à oposição entre o que é consciente e inconsciente. Tal oposição leva as mulheres a dizerem o oposto do que sentem e do que são. Não se pode descobrir os fatores que as enfeitiçam e submetem por meio de perguntas, entrevistas etc. porque sempre seremos enganados. Saiba que quase tudo o que as ouvirmos dizer a respeito do que buscam em uma relação é mentira e, além disso, costuma ser exatamente o contrário do que realmente desejam. Vou agora expor sem pudor justamente o que todas tentam esconder e jamais admitem.

A sexualidade humana é semelhante à dos cavalos, zebras e jumentos selvagens. As fêmeas espontaneamente se dirigem ao território de um garanhão, que se instala próximo às melhores fontes de alimento e água (recursos materiais), e oferecem-lhe seu sexo à vontade para assim . Osdemais machos, secundários, são obrigados a errarem em bandos compostos apenas por indivíduos do sexo masculino, ficando sem se acasalar por anos a fio, até que consigam substituir algum garanhão que esteja velho. As fêmeas não rivalizam entre si, como acontece com as fãs de qualquer cantor, mafioso, bilionário ou político. O garanhão pode se relacionar com qualquer égua de seu harém sem o menor problema enquanto for capaz de manter feras e machos secundários assediadores afastados. Em outras palavras: os homens superiores são como garanhões e suas mulheres como éguas.

Por ser o complemento e o pólo contrário do homem, a mulher tem uma estrutura psíquica inversa.

Queremos o máximo de sexo e tentamos transar enquanto nos restarem forças, até o último momento. Para nós, o sexo vem em primeiro lugar e o amor em segundo. Para elas, o contrário ocorre: o amor vem em primeiro lugar. Mas entenda-se bem: não querem dar amor, querem apenas recebê-lo dando em troca somente o mínimo necessário para nos manterem presos pelo desejo, pelo sentimento e pela paixão. Possuem um desejo duplo. Desejam a servidão dos fracos e a proteção dos fortes. Querem dominar os débeis e carentes para explorá-los como maridos criadores de sua prole ao mesmo tempo em que sonham obter a afeição dos insensíveis que possuem haréns e se destacam na hierarquia dos machos. Os fracos, quando aprisionados, recebem sexo, carinho e amor em quantidades mínimas, apenas o suficiente para serem mantidos presos.

Elas nunca nos amam em simples retribuição ao nosso amor, ou seja,
simplesmente por as amarmos ou desejarmos. Desejam nossas características atraentes e não nossa pessoa. Isto se explica pelo fato de que suas necessidades estão muito além do acasalamento: necessitam criar e proteger a prole. Logo, não sentem falta dos machos em si mas apenas de suas atitudes em contextos utilitários. Nós, ao contrário, as amamos em si mesmas, isto é, de forma direta pois nossa meta existencial é acasalar. Queremos transmitir nossos genes contra os genes de outros. As amamos em corpo, de forma direta. Somos amados indiretamente, em termos de função e utilidade. Nossa falta não é sentida fora de um contexto utilitarista. Em outras palavras: o amor feminino é destinado aos filhos e não aos machos.

A meta existencial masculina é acasalar, fecundar e garantir a transmissão da herança genética contra machos rivais. A meta existencial feminina é a criação da prole, a qual passa diretamente pela formação da família. Para nós o sexo é fim e para elas é meio pois é o fim é a criação dos filhotes.

Querem o melhor macho do bando, o melhor reprodutor: o vencedor, o rico, o famoso, o destacado em relação aos outros machos. Não diferem das macacas e eqüinas selvagens. Assim como entre certos bandos de mamíferos e aves os machos líderes são preferidos pelas fêmeas para o acasalamento e os machos de segunda categoria são rejeitados, entre os grupos humanos os mais destacados são os mais desejados. Os galãs, artistas, ídolos etc. são perseguidos e adorados por serem destacados e não pelo que são em si mesmos. Por isso, se você, quiser chamar a atenção de alguma que te ignora, deve ser diferente dos imbecis. Em primeiro lugar, não deve fazer o que todos fazem: perseguí-las, tentar chamar a atenção, falar muito, falar alto, fazer gracinhas, apressar-se em agradar, assediar, pressionar etc. Aprenda a impressionar sem fazer barulho e nem esforço, como se não quisesse fazê-lo. Seja mais temível do que amável. Impressione-a sem alarde, por caminhos contrários àqueles que todos trilham. Aproxime-se sem medo mas com indiferença, olhe fixamente nos olhos para atemorizar e em seguida dê alguma ordem protetora, ignore partes interessantes do corpo à mostra, discorde, ataque seus pontos de vista equivocados, espante-a, horrorize-a com seus argumentos sólidos, escandalize-a, deixe-a emocionalmente indefesa e surpreenda protegendo com indiferença. Não tema a aproximação e nem a perda. Arrisque-se. Saiba dosa a exposição à perda com maestria. Amarre-a, faça-a pensar continuamente em você. Habite seus pensamentos e suas lembranças. Não tente atravessar as barreiras pelos caminhos que todos tentam, penetre a fortaleza pelas passagens que estão desguarnecidas por não serem notadas pelos idiotas. Saiba perceber o momento de se aproximar e de afastar, de mostrar desinteresse e interesse, de repudiar e acolher. Não se mecanize em
um padrão como se fosse um robô. Acima de tudo, esteja seguro e ame a si
mesmo.